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December 14, 2020

Gestão de Lesões
Rendimento Desportivo

A Bioimpedância localizada (L-BIA) compara e quantifica a gravidade de lesões musculares

As lesões musculares representam mais de 30% das contusões nos atletas profissionais do futebol. Apesar dos aperfeiçoamentos nos recursos destinados a redução dos riscos de lesões, nos últimos anos, sua incidência nos músculos isquiotibiais, as mais comuns entre os atletas profissionais do futebol, aumentou em cerca de 4% ao ano, durante as últimas 13 temporadas na Europa. Por isso, o diagnóstico cada vez mais representa um elemento crucial para determinar o tempo que um atleta necessitará para retornar aos campos, ou seja, o return to play, (RTP) e os riscos de possíveis recidivas. Nesta perspectiva, um retorno acelerado aos campos poderia aumentar os riscos de novas lesões. É por este motivo que os médicos especialistas utilizam diferentes técnicas de imagem, por exemplo, a ressonância magnética, para avaliar as extensões das lesões e realizar prognósticos mais exatos.

Em virtude da falta de consenso em como classificar e diagnosticar essas lesões, a discussão sobre o momento ideal de se prever o RTP continua. Desta forma, encontrar ferramentas que possam complementar as técnicas de imagem atuais pode contribuir com mais elementos na tomada de decisões durante o processo de recuperação de uma lesão.

Com base em pesquisas anteriores (Detecção de um intervalo muscular através da bioimpedância localizada L-BIA em lesões musculares: prognóstico clínico. doi: 10.1088/1361-6579/aa7243) membros do Departamento médico do FC Barcelona acabam de publicar a pesquisa Differentiation Between Tendinous, Myotendinous and Myofascial Injuries by L-BIA in Professional Football Players (doi: 10.3389/fphys.2020.574124) onde foram avaliadas a capacidade da L-BIA na comparação com lesões musculares, de acordo com sua localização anatômica, a partir de uma abordagem de histoarquitetura (A Histoarchitectural Approach to Skeletal Muscle Injury: Searching for a Common Nomenclature. doi: 10.1177/2325967120909090) em relação às lesões dos isquiotibiais, da junção miotendínea (JMT) e da junção miofascial (MFJ). Além disso, avaliam também a capacidade de se relacionarem com a gravidade das lesões, o prognóstico do return to play RTP e as mudanças da Bioimpedância localizada L-BIA, 24h após a lesão. O padrão ideal para evidenciar as alterações encontradas com a L-BIA foi o diagnóstico por imagens de ressonância magnética (MRI).

Neste contexto, o Departamento médico do FC Barcelona analisou respectivamente 37 lesões musculares em 32 atletas profissionais do futebol entre as temporadas de 2016 a 2017 e de 2017 a 2018, onde os resultados da-L-BIA foram comparados com os diagnósticos anteriores realizados por imagens de ressonância magnética MRI. Desta forma, aqueles atletas que apresentaram algum tipo de lesão aguda foram submetidos a exames de MRI e a medição da L-BIA nas 24 horas posteriores. Após os exames realizados de MRI, as lesões musculares foram classificadas, de acordo com os critérios da British athletics muscle injury classification (BAMIC, doi:10.1136/bjsports-2013-093302).

Após comparar as porcentagens das diferenças nos parâmetros da L-BIA [resistência (R), associada à hidratação do tecido e à reatância capacitiva (Xc), associada à integridade das estruturas dos tecidos moles] do lado lesionado em relação ao lado contralateral não lesionado, foram observadas alterações significativas nas lesões JMT e MFJ, o que não ocorreu nas lesões isquiotibiais. Segundo os pesquisadores, “estas descobertas sugerem que, para avaliar as alterações anatômicas produzidas nas lesões da junção miotendínea e miofascial, 24 horas posteriores à lesão, através da L-BIA, a variável Xc mostrou ser a mais sensível“. Esta primeira conclusão deve-se ao fato de que, a porcentagem de diferença foi superior na variável Xc, diretamente associada ao intervalo muscular, tanto nas lesões da junção miotendínea (-20%) como na junção miofascial (-33%).

Com referência a relação entre a L-BIA e a gravidade das lesões, 26 lesões JMT foram analisadas e agrupadas, de acordo com a gravidade, através de imagens de ressonância magnética e seguindo a classificação BAMIC. Os resultados apresentaram diferenças significativas nos parâmetros da L-BIA, que se mostraram ainda superiores na variável Xc. Esta segunda descoberta sugere que a L-BIA é capaz de distinguir a gravidade de uma lesão na junção miotendínea mediante mudanças em suas medições diretas através da variável Xc.

Em relação ao RTP, houve diferenças significativas entre os três graus de lesões na junção miotendínea. Observamos que, as lesões JMT que apresentaram um RTP superior, entre 50 e 70 dias, tiveram mudanças de parâmetro Xc mais elevadas (-43%). Esta terceira descoberta sugere que a L-BIA poderia servir como um método complementar ao exame de MRI no prognóstico para o RTP.

É importante enfatizar que os pesquisadores salientam que “o papel da ressonância magnética é fundamental seja para o prognóstico ou para o diagnóstico de lesões e, portanto, é uma ferramenta indispensável para a previsão do RTP. Entretanto, não é o único critério a ser considerado. As decisões do Departamento médico do FC Barcelona estão fundamentadas não só em critérios de imagem, mas também em exames específicos, na avaliação de GPS e até mesmo no estado psicoemocional do atleta”. Como aplicação prática desta pesquisa, os autores sugerem que o uso de L-BIA “poderia complementar as técnicas de imagem como a ressonância magnética ou a ultrassonografia, podendo também ser útil para médicos, fisioterapeutas e preparadores físicos na tomada de decisões do dia a dia após uma lesão”.

Assim, também é importante acrescentar que a L-BIA é uma ferramenta de fácil uso e relativamente acessível se comparada com outras usadas durante diagnósticos e monitoramentos, além da possibilidade de ser aplicada em diferentes estágios posteriores às lesões de um atleta, aliando diversas técnicas de imagem com o objetivo de avaliar a gravidade das lesões.

 

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