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July 30, 2018

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UMA CLASSIFICAÇÃO OBJETIVA DAS LESÕES MUSCULARES

As lesões musculares são uma das causas de lesões mais frequentes no desporto. De acordo com alguns estudos, uma equipa de futebol de elite pode sofrer em cada temporada à volta de 15 acidentes deste tipo, o que pressupõe mais de 200 dias de treino perdidos, entre toda a equipa. Apesar da sua importância, ainda não existe uma classificação objetiva e globalmente aceite que permita melhorar a compreensão e otimizar o prognóstico.

Recentemente, parte da equipa médica do F.C. Barcelona, juntamente com o Duke Sports Science Institute dos Estados Unidos e com o hospital de Aspetar do Qatar, publicou um artigo na revista Sports Medicine, onde estabelece uma nova classificação baseada em quatro pontos. Este proposta, que já se encontra a ser utilizada no clube, irá facilitar a comunicação entre os profissionais responsáveis e irá ajudar no processo de tratamento e de reabilitação.

 

De consultas clínicas a uma nova classificação

“Durante muito tempo, as lesões musculares foram classificadas com base em consultas clínica (isto é, mediante as sensações do desportista e o exame físico)”, comenta Xavier Valle, médico do F.C. Barcelona e principal autor do artigo. “Depois surgiram as classificações com base nos exames de imagem — como a ecografia e a ressonância magnética — que são mais objetivas. No entanto, os protocolos de atuação não são iguais em todos os clubes e isso dificulta a investigação. Talvez seja por isso que ainda não temos uma classificação maioritariamente aceite”, continua.

Nos últimos anos surgiram algumas propostas como a de Munique ou a do sistema britânico. No entanto, ambas incluem terminologia ambígua, o que dificulta a fixação do seu verdadeiro significado e da sua universalização.

Para estabelecer a nova classificação, foi estabelecido um protocolo através do qual os dados científicos foram minuciosamente revistos (especialmente em relação aos músculos isquiotibiais e ao reto femoral) e realizaram-se diversas reuniões para partilhar a informação e chegar a um consenso e a um acordo entre os três centros médicos implicados.

Por fim, foi estabelecida uma classificação com base em quatro pontos, seguindo um sistema de quatro letras: MLG-R, que se referem ao (M)ecanismo da lesão, à (L)ocalização, ao (G)rau da lesão e se se trata, ou não, de uma (R)elesão.

De modo geral, estes são os critérios:

  • Mecanismo: a lesão pode ser direta (por uma contusão) ou indireta (por estiramento ou “sprint”). Normalmente, as lesões diretas tendem a ter um prognóstico melhor.
  • Localização: pode situar-se no terço proximal, médio ou distal do músculo e estar relacionada com a junção miotendínea proximal ou distal. Quanto mais perto for a lesão do tendão, mais grave será o prognóstico.
  • Grau de gravidade: numerado de 0 a 3, segundo a quantidade de edema e/ou da destruturação de fibras musculares, observada através da ressonância magnética.
  • Relesão: se se tratar de um primeiro episódio, o prognóstico será melhor. Este agrava-se quanto maior for o número de lesões anteriores na mesma zona.

 

“Em geral, a intenção das quatro letras é quantificar a quantidade de tecido conjuntivo afetado”, determina Valle. (O tecido conjuntivo é um tipo de matriz onde se dispõem as células musculares e que é fundamental para a transmissão de forças e para a função do músculo). No entanto, ainda que estes critérios estejam já a ser utilizados, o seu valor deve, ainda assim, ser avaliado. “Esse é o passo seguinte”, confirma o especialista. “Já dispomos de uma amostra com mais de cem casos que nos permitirá comprová-lo”.

 

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De qualquer forma, a proposta é flexível e há de, necessariamente, continuar “viva”, aberta aos novos conhecimentos que possam chegar. “Vamos melhorando a investigação e chegando a conclusões mais sólidas”, afirma Valle. Atualmente, a classificação baseia-se praticamente apenas em dados provenientes de exames de imagem, e não em consultas clínicas. “Estamos a avaliar, também, a possibilidade de incorporar critérios como a percentagem de perda de força pela lesão ou o tempo decorrido até poder caminhar sem dor, mas, neste momento, não existem provas concretas”.

Atualmente, os exames de imagem não são suficientes (não parecem ser úteis) para decidir o momento de regresso à competição, mas Valle acredita que uma boa e objetiva classificação “melhoraria a precisão do prognóstico, permitira ajustar o tratamento e reduzir o risco de relesão”.

Não é coisa pouca.

 

 

A equipe do Barça Innovation Hub

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