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November 12, 2019

Futebol
Rendimento Desportivo
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COMO SERÁ O FUTEBOL EM 2030? A EVOLUÇÃO DO JOGO DESDE 1966

O trabalho dos treinadores e preparadores físicos é treinar os atletas da melhor maneira possível para alcançar o sucesso no jogo. Trata-se de igualar ou, inclusive, aumentar a exigência física, técnica e tática da competição nas tarefas de treinamento. Os jogadores de futebol devem ser preparados para os panoramas de máxima exigência em competição (“worst case scenario”). Conhecer as demandas do jogo parece ser de vital importância para melhorar as capacidades dos atletas. Por isso estamos tão interessados em saber como será o futebol no futuro. Deve haver antecipação no treinamento para que os jogadores tenham a melhor preparação possível.

Alguns trabalhos publicados nos últimos anos podem nos dar algumas pistas sobre como será o jogo nos próximos anos.1,2,3 Wallace e Norton (2014) estudaram a evolução do jogo tomando como amostra a partida final da Copa do Mundo no período de 1966 a 2010. De acordo com seus resultados, é possível propor distintos modelos de regressão para simular como será uma partida de futebol no futuro em cinco indicadores do jogo:

1. Tempo real de jogo (%) = 539.8 ─ 0,2419 x X, r=0,44; p=0,032.

2. Velocidade da bola (m/s) = ─42.958 + 0,026 x X, r=0,446; p=0,029.

3. Frequência de passes por minuto = ─166,194 + 0,090 x X, r=0,796 p=0,0001.

4. Duração dos lançamentos de falta não a gol (s) = ─277,50 + 0,148 x X, r=0,18; p=0,0001.

5. Duração dos lançamentos de falta a gol (s) = ─1088,4 + 0,573 x X, r=0,36; p=0,0104.

O tempo real de jogo foi reduzido de forma significativa no período de 1966 a 2010: de 64,23% passou a 53,66%. Em 2030 é possível que se atinja um valor de 48,74%. A velocidade da bola aumentou notavelmente no período de 1966 a 2010: quase 1,20 m/s. Se a tendência for mantida, atingirá os 9,73 m/s em 2030. A frequência de passes por minuto aumentou de 10,75 passes, em 1966, a 14,71 em 2010. Em 2030 poderia chegar até 16,51 passes por minuto. A duração dos lançamentos de falta a gol e não a gol também cresceu de forma importante. Cada vez mais tempo é invertido na realização da cobrança de faltas, principalmente naquelas lançadas a gol. Em 2026 serão invertidos 74,79 segundos contra os 38,12 utilizados em 1966.

O perfil de desempenho físico também foi modificado nos últimos anos. De acordo com diversos estudos,4,5 a distância total percorrida pelos jogadores é similar à de 10 anos atrás. Contudo, o número de sprints e de ações a alta intensidade é cada vez maior. Em qualquer caso, a distância percorrida nestes esforços foi reduzida nas últimas temporadas. Ou seja, há mais intervenções a alta intensidade, ainda que sejam de menor duração e distância.

Assim, parece que o futebol continuará evoluindo no futuro imediato a um jogo cada vez mais rápido, em que o nível técnico dos jogadores será cada vez mais alto, e onde os esforços de alta intensidade serão cada vez mais determinantes. O tempo de jogo irá se reduzindo progressivamente, até que o tempo parado seja superior ao tempo com a bola em jogo. Além disso, as ações com bola parada ganharam em importância. Será um esporte cada vez mais intermitente. Os treinadores, preparadores físicos e demais membros do corpo técnico deverão considerar esta evolução para preparar os jogadores para a competição da melhor forma possível.

 

Carlos Lago Peñas

 

Referências

1 Barreira, D., Garganta, J., Castellano, J., Prudente, J., e Anguera, M.T. (2014). Evolución del ataque en el fútbol de élite entre 1982 y 2010: Aplicación del análisis secuencial de retardos. Revista de Psicología del Deporte, 23(1), 139-146.

2 Kuhn, T. (2005). Changes in Professional Soccer: a qualitative and quantitative study. Em T. Reilly, J. Cabri e D. Araújo (Eds.), Science and Football V (p. 184-195). Londres: E & FN Spon.

3 Wallace, J.K. y Norton, K.I. (2014). Evolution of World Cup soccer finals games 1966-2010: Game structure, speed and play pattern. Journal of Science and Medicine in Sport, 17(2), 223-228.

4 Barnes, C.; Archer, D.T.; Hogg, B.; Bush, M. e Bradley, P.S. (2014). The evolution of physical and technical performance parameters in the English Premier League. nternational Journal of Sport Medicine, 35(13), 1095-1100.

5 Bush, M. Barnes, C.; Archer, D.T.; Hogg, B.; Bush, M. e Bradley, P.S. (2015). Evolution of match performance parameters for various playing position in the English Premier League. Human Movement Science, 39, 1-11.

 

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