Há duas lições claras que aprendemos com a pandemia: os estádios vazios também esvaziam o futebol do nosso espírito e as ligas não podem ser jogadas normalmente se a ameaça da contaminação continuar. Apesar disso, os campeonatos europeus, que foram retomados com todas as medidas possíveis de precaução, apresentaram casos isolados entre os atletas. É mais uma amostra de que somente a vacina nos dará segurança contra a COVID-19, porém isto ainda levará meses ou anos. E este prazo tão longo representa uma grande ameaça para o futebol, que, sem público, não apenas perde grande parte de seu espetáculo, mas também apresenta um menor poder de atração sobre seus torcedores. Se esta situação seguir, com o tempo esta modalidade de esporte pode até mesmo perder seu papel de liderança na sociedade. Talvez tenha chegado esse momento para transformá-lo.
Um dos primeiros a perceber claramente a ameaça da pandemia foi Gianni Infantino, presidente da FIFA. Antes mesmo de o coronavírus ser uma ameaça, ele apelou a todos os responsáveis que repensassem uma série de questões sobre o futebol, que haviam sido adiadas. Iniciava questionando quantas partidas um atleta profissional de futebol deveria jogar por ano, quantos torneios deveríamos ter e quais os tipos de campeonatos demandariam o futuro. Infantino sugeriu que, talvez, estivesse existindo mais jogos em algumas partes do mundo e não o suficiente em outras. Todas estas questões fizeram parte de um documento denominado “Visão 2020-2030: por un fútbol verdaderamente global”.
Este documento propõe roteiros para que o futebol se baseie em quatro pilares:
- Organizar torneios economicamente sustentáveis.
- Criar oportunidades para que as federações sediem torneios da FIFA.
- Criar experiências únicas para os participantes nos estádios e para as audiências globais.
- Lutar contra o racismo e outras formas de discriminação.
A princípio não parecia mais que uma declaração de boas intensões, até Infantino conceder uma entrevista ao jornal italiano “La Gazzetta dello Sport”, onde afirmava que, além de tudo, deveriam reduzir o número de equipes que participariam de campeonatos e escolher apenas clubes maiores, que são os podem oferecer aos espectadores melhores espetáculos.
E foi instituída a polêmica, pois era fácil entender que isso deixaria fora das receitas campeonatos com equipes médias e pequenas, que são os que hoje mais estão sofrendo com a falta de recursos das bilheterias. Mas de acordo com o presidente da FIFA é necessário dar este passo para trás com o objetivo de salvar o Mundial de Clubes e a Copa do Mundo. As receitas de ambos os torneios geram reservas e talento aos atletas profissionais, o futebol feminino e as federações de países com poucos recursos. No mês de março, este modo de ver as coisas era uma mudança de rumo radical na FIFA, que há anos segue a tendência contrária. Para melhorar suas receitas, elas aumentam cada vez mais equipes, clubes e torneios. Mas o que antes parecia uma loucura hoje apresenta uma certa lógica,
pois temos pela frente um horizonte de campeonatos a portas fechadas e estádios que talvez não voltem a lotar até que exista uma vacina. Isso significa pelo menos mais uma temporada completa e grandes perdas econômicas que afetarão ainda mais os clubes menores sendo que muitos deles podem até desaparecer. Se isso acontecer, a proposta de redução do número de equipes será imposta pela realidade da crise e não pela FIFA. Parece haver algum sentido que o principal organismo de administração internacional, que reúne as federações nacionais, tenha tomado a iniciativa. Não é que o futebol mundial tenha que ser transformado; nossa nova realidade mudará este tipo de esporte, assim como tantas outras coisas na nossa sociedade. Por isso a necessidade de se antecipar e tomar decisões rapidamente.
A polêmica que surgiu em março parece hoje muito diferente, agora que a FIFA acaba de lançar o “Plano de apoio à Covid-19”, aprovado em julho e que distribuirá 1,5 mil milhões de dólares para todas as suas federações. Trata-se de um sistema de subsídios e empréstimos destinados a salvar o futebol profissional e o futebol juvenil, seja masculino ou feminino. Seu objetivo imediato será permitir a retomada dos campeonatos, cobrir o custo de implantação de medidas de prevenção anti-Covid e sustentar as equipes durante futuras crises. Ao mesmo tempo, é um exemplo da importância das organizações de administração internacional, capazes de tomar as rédeas e transformar o futebol ou qualquer outro esporte no intuito de protegê-los e também proporcionar seu crescimento. Inclusive em situações como a que estamos atravessando no momento.
Martín Sacristán
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