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September 27, 2019

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EXIGÊNCIAS CINEMÁTICAS EM HÓQUEI DE CAMPO. COMO AS JOGADORAS SE MOVIMENTAM EM UMA PARTIDA?

Os esportes coletivos como o hóquei de campo caracterizam-se por uma intensidade variável em que acontecem esforços contínuos, como correr ou caminhar, intercalados com ações intermitentes, como acelerações, desacelerações, mudanças de direção, saltos ou lançamentos. A recente incorporação da tecnologia de ‘Sistema de Posicionamento Global’ (em inglês, GPS) no mundo do esporte têm permitido a obtenção de informação específica sobre a velocidade atingida ou as distâncias percorridas durante o treino e a competição, por isso representa a maneira mais confiável e útil de monitorar os movimentos dos atletas.

O estudo dos requisitos físicos da competição é essencial para um planejamento eficaz das estratégias de treinamento, já que fornecerá informação relevante aos treinadores e preparadores físicos para otimizar a preparação dos atletas conforme as demandas encontradas. Entretanto, observa-se que, durante as sessões de treinamento, prevalecem as ações de baixa intensidade, enquanto que as de moderada ou alta intensidade ocorrem com menor frequência que durante as partidas de competição (Gabbett, 2010).

Estudo em hóquei de campo feminino

Uma recente pesquisa (Morencos et al., 2019) na qual participaram membros do Departamento Médico do F.C. Barcelona analisou através de GPS as exigências cinemáticas de jogadoras internacionais de hóquei de campo durante partidas de competição oficial, atendendo à posição das jogadoras, aos quartos de tempo da partida e aos minutos jogados. Dezesseis jogadoras da seleção espanhola de hóquei de campo foram monitoradas durante 5 partidas do Campeonato da Europa de 2017, realizado na Holanda. As participantes foram agrupadas conforme sua posição específica no terreno de jogo (defesa, n=4; meio, n=6; e, dianteira, n=6). De acordo com a última atualização da Federação Internacional, para as competições internacionais, cada partida teve uma duração de 60 min, divididos em 4 quartos (C1, C2, C3 e C4) de 15 min de duração cada.

Como principais resultados do estudo, para todas as variáveis analisadas foram observadas diferenças entre posições, em que as da defesa apresentaram menor atividade a alta intensidade (distância, velocidades, acelerações e desacelerações) que as do meio e, estas últimas, menos que as da dianteira. Além disso, estas últimas percorreram uma distância total 9% maior que as do meio e 19% maior com relação às defesas. Quanto à análise por quartos, todas as posições mostraram que no C4 a atividade (distância relativa ao tempo jogado, distância percorrida em alta intensidade, número de acelerações e de desacelerações/min completadas) foi maior para todas as posições. Por último, foi realizada uma análise em função dos minutos jogados, observando-se que aquelas que jogaram menos de 45 min por partida percorreram maior distância em sprint e maior distância em alta intensidade (>15 km/h) por minuto jogado em comparação às jogadoras que disputaram mais de 45 min. Além disso, quem jogou menos de 32 min por partida percorreu maior distância relativa que as jogadoras com mais de 32 min (13% e 20% a mais que as que jogaram entre 32-45 min e mais de 45 min por partida, respectivamente).

Apesar de que se deve ser cauteloso na hora de comparar estes resultados com os de outros trabalhos, principalmente devido às diferentes metodologias usadas na análise dos deslocamentos e às diferenças nos dispositivos GPS utilizados, estudos anteriores apoiam estes resultados. Dessa forma, Vescovi e Frayne (2015) encontraram menor quantidade de deslocamentos em alta velocidade e sprint nas defesas, enquanto que Macutkiewicz e Sunderland (2011) registraram que as da dianteira passam mais tempo realizando movimentos de alta intensidade (8% com relação ao tempo total) em comparação às do meio e da defesa (6% e 5%, respectivamente).

Conclusões

Portanto, as diferentes exigências cinemáticas registradas durante a competição em função da posição específica ocupada pelas jogadoras dentro do terreno de jogo ressaltam a importância da individualização dos programas de treinamento para satisfazer as exigências específicas das diferentes posições. Assim, de acordo com o princípio de especificidade do treinamento, deve-se treinar como se compete, ou o mais parecido possível. Daí a especial relevância do ditado popular que diz “compete-se como se treina”.

 

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A equipe Barça Innovation Hub

 

REFERÊNCIAS:

Gabbett, T. (2010). GPS analysis of elite women’s field hockey training and competition. The Journal of Strength & Conditioning Research, 24(5), 1321-1325.

Macutkiewicz, D., e Sunderland, C. (2011). The use of GPS to evaluate activity profiles of elite women hockey players during match-play. Journal of Sports Sciences, 29(9), 967-973.

Morencos, E., Casamichana, D., Torres, L., Romero-Moraleda, B., Haro, X., e Rodas, G. (2019). Demandas cinemáticas de competición internacional en el hockey sobre hierba femenino. Apunts. Educación Física y Deportes, 137, 56-70.

Vescovi, J., e Frayne, D. (2015). Motion characteristics of division I college field hockey: Female athletes in motion (FAiM) study. International Journal of Sports Physiology and Performance, 10(4), 476-481.

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