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April 22, 2020

Psicologia
Saúde e Bem-Estar

O MOVIMENTO PROMOVE MAIS FELICIDADE (2ª PARTE)

Na primeira parte deste post, detalhamos a conexão ancestral entre nosso cérebro e nossos músculos, como determinadas partes do nosso cérebro são ativadas com atividade física e como geramos resiliência, que permite nos recuperarmos mais cedo, prevenindo e atrasando o surgimento de doenças.

Nesta segunda parte, abordaremos quais são os efeitos da atividade física, que vão desde o aumento da motivação, da força de vontade e do controle emocional até a melhora da memória, da atenção e da aprendizagem. Movendo-nos, nosso corpo mostra a sua melhor versão.

Além disso, a atividade física serve para modular as sensações de dor e evitar a depressão. Os atletas conhecem bem essa mistura, ao mesmo tempo, de sensações de dor e de bem-estar que estão sempre presentes nos esforços intensos. A endorfina liberada neste momento, pode ter como objetivo já herdado de nossos antepassados, apresentar uma determinada analgesia, permitindo manter uma situação de esforço sem se esmorecer.

O efeito anti-inflamatório da atividade física e a sinergia com nutrientes como o ômega 3, a cúrcuma e os compostos fenólicos do reino vegetal podem diminuir um estado inflamatório crônico. Esta inflamação crônica pode estar associada a obesidade, ao sedentarismo e ao estresse que caracteriza nossa sociedade atual, com crescentes índices de depressão.

A atividade física e os níveis ideais de vitamina B6 e zinco podem auxiliar na conversão do triptofano em serotonina, um dos principais neurotransmissores associados à nossa sensação de bem-estar. E, paradoxalmente, em pessoas sedentárias e mal alimentadas, o mesmo triptofano pode gerar metabolismos de caráter inflamatório prejudicando nossa saúde cerebral.

As inflamações sistêmicas silenciosas nos indicam que existe uma má adaptação para uma determinada situação que não estava prevista em nossos antepassados nem em nossos genes, pois hoje dispomos de excesso de comida sem a necessidade de buscá-la, o que limita e diminui de maneira lógica nosso desempenho cognitivo, nossa capacidade de sobrevivência e nossa resposta à adaptação.

Alimentar-se com moderação ou até mesmo nos mover para em seguida nos alimentar, podem simular as condições de nossos antepassados e expressar genes protetores que modulam e freiam o declínio cognitivo e a perda acelerada de nossa reserva cognitiva neural. Essa reserva de neurônios do hipocampo (uma região do nosso cérebro) está relacionada com a memória e a aprendizagem, podendo ser incrementada com uma única sessão de atividade física. Da mesma forma, sabemos que, a privação do sono, o estresse crônico, a dieta com açúcar e gordura em excesso limitam os neurônios tanto em sua quantidade quanto em sua função.

Hormese: treinar a adaptação

A adaptação pode ser treinada com doses moderadas de agentes estressantes que podemos controlar e que denominamos como hormese. A atividade física, a restrição calórica ou alguns componentes horméticos de alimentos como o resveratrol (encontrado principalmente em sementes de uvas), a cúrcuma e o gengibre, induzem estes efeitos saudáveis através da expressão de genes de sobrevivência ou sirtuínas.

Conhecemos como hormético a tudo aquilo que, mediante uma dose controlada de estresse, nos faz mais fortes e resistentes. Através de estratégias horméticas bem elaboradas, podemos gerar indivíduos mais fortes e melhores adaptados, que se recuperam rapidamente mediante exigências de diferentes tipos, retardando o aparecimento de doenças. E isto nada mais é do que criar resiliência.

Nosso cérebro e nosso bem-estar mental são treinados como um músculo que necessita de uma rotina de atividades físicas, alimentação ou até mesmo suplementação para melhorar e render mais a cada dia. Inclusive alguns suplementos ou estratégias podem beneficiar a ambos de uma maneira semelhante como é o caso, entre outros, das vitaminas do complexo B, do magnésio, do ômega 3, da cúrcuma, da vitamina D incluindo a creatina.

Podemos ativar determinadas regiões do nosso córtex cerebral e treinar determinados circuitos cerebrais associados a um estado de bem-estar mental e resiliência? Sim, se escolhermos bem a nossa alimentação e tomarmos suplementos que ajudem na saúde e no bem-estar mental, se praticarmos atividades físicas combinando exercícios aeróbicos com pequenas doses de esforços e se dormirmos entre 7 e 8 horas por dia, tudo isso será reparador. Além disso, haverá vontade ou motivação para continuar a fazê-lo.

Em busca de objetivos

As pessoas que contam com objetivos ou propósitos de vida ou têm seu ikigai (‘razão de ser’ em japonês), vivem mais anos e com menos doenças. Mas, além disso, o fato de ter que cumprir com seus objetivos as motiva diariamente a cuidarem-se para chegar a alcançá-los.

Este propósito ou objetivo a médio e longo prazo, de estarmos bem nos próximos anos da nossa vida, é o que determina a trajetória. E será melhor ter muito claro quais as estratégias para segui-la, como, por exemplo, ter uma alimentação equilibrada e sem excessos, praticar atividade física, ter um sono reparador, controlar o estresse etc. “Como quero estar dentro de alguns anos?” pode ser uma pergunta importante na escolha de uma trajetória.

Todos temos um exemplo modelo da pessoa que gostaríamos de seguir ou invejar pela sua capacidade de ter chegado a uma idade avançada em excelente estado de saúde, seja física ou mental. Hoje em dia, inclusive, nomeamos a isso como sendo os “wellderly”, fazendo alusão a esse bem-estar compatível com os anos e sem doenças.

Mas qual este diferencial nos “wellderly”. Há algum gene diferente? Na verdade, geneticamente, existem poucas diferenças, salvo uma pequena vantagem nos aspectos que os protegem de doenças neurodegenerativas e que poderíamos tentar explicar como uma certa predisposição na capacidade de saber escolher este propósito de vida saudável que inclui movimento, controle do peso, alimentação saudável entre outros, mas, sobretudo, ter incorporado como uma rotina ou hábito de vida.

Nosso corpo apresenta a sua melhor versão com o movimento. E movimentando-nos melhoramos em grande parte nossas aptidões físicas e mentais, sendo estas em especial muito importantes na projeção de um objetivo ou propósito a médio ou longo prazo, definindo nossa estratégia futura.

“O bem-estar mental é algo que pode ser treinado”, assim como repete em diversas ocasiões o professor Richard Davidson. Assim, percebemos como nosso cérebro era desconhecido até poucos anos atrás. Mas agora a neurociência nos explica sobre o enorme potencial de melhora que temos e nos anima a começar e colocar em prática todos os dias das nossas vidas.

 

A equipe Barça Innovation Hub

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