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June 18, 2018

Gestão de Lesões
Rendimento Desportivo

CARGA DE TREINO NA PRÉ-TEMPORADA E RISCO DE LESÃO

A pré-temporada ou fase preparatória da temporada é um dos momentos da temporada onde são geralmente cometidos os maiores “erros” de gestão de carga de treino. A pré-temporada é o momento ideal para o corpo técnico incutir na equipa a sua filosofia, estilo e/ou modelo de jogo. Não obstante, é esta é a pedra filosofal das pré-temporadas? Muitos técnicos, hoje em dia, ignoram o conhecimento científico e continuam a enfatizar a importância de preparar fisicamente os jogadores, encher tanques de gasolina ou sofrer para mais tarde aguentar a temporada usando-os como elementos importantes deste período da temporada. Os princípios clássicos de treino também são frequentemente comprometidos durante esse período da temporada.

Não atendemos de todo ao princípio da progressão, já que passa muito pouco tempo desde o momento de menor carga de treino da temporada (período de férias) ao momento de maior carga, ou um dos períodos de maior carga da temporada, frequentemente a semana 3-4 da pré-temporada. É um momento onde frequentemente também ignoramos o princípio da individualização com base nas propostas apresentadas. Correr em grupo ou em circuitos de preparação física onde é dado café com leite a todos é apenas um dos exemplos mais frequentes neste período da temporada.

A densidade de sessões de treino e jogos (não oficiais e oficiais) dificulta o cumprimento do princípio da relação optimizada entre carga e recuperação, acumulando um nível de fadiga que poderia aumentar a probabilidade de lesão por parte do desportista. E, por último, talvez o mais desatendido nas pré-temporadas clássicas, o princípio da especificidade. Propostas de treino muito afastadas das exigências do jogo que dificultarão a transferência de aprendizado e/ou adaptação à prática do futebol.

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Em relação à frequência de lesões neste período da temporada, a maior parte dos estudos indica que é um período onde a frequência de lesões é significativamente maior (Gabbett, 2004). Com base nestes dados, parece que há algo que não está a ser bem feito. Estruturas temporárias onde o desportista deve treinar com cargas de volume e intensidade muito superiores à média anual (até três vezes mais) colocam em risco a frescura do jogador e aumentam a possibilidade de lesão desportiva. Além disso, essas cargas elevadas, caracterizadas em muitos casos por baixos índices de especificidade, farão com que os desportistas estejam em má forma física. Podemos até pensar que desadaptamos o jogador. Assim, a pré-temporada pode resultar numa mistura explosiva, maior probabilidade de lesão e mais tempo de treino (por não incidir mais na obtenção de pequenas melhorias físicas).

Os resultados obtidos por Malone, Owen et al. (2017) parecem indicar que a relação entre a carga acumulada durante o mesociclo (somatório de 4 semanas) e a probabilidade de lesão apresenta um efeito diferente na pré-temporada face à temporada competitiva. Especificamente, na pré-temporada parece parece haver uma relação positiva entre a carga de treino e a probabilidade de lesão, ou seja, quanto maior a carga, maior a probabilidade de lesão.

As aplicações práticas dos trabalhos realizados ao estudar os efeitos da pré-temporada parecem indicar que um dos objectivos da pré-temporada deve ser que os desportistas completem as sessões de treino. Planear pré-temporadas que permitam alcançar adaptações fisiológicas, minimizando o risco de lesões e maximizando a disponibilidade dos jogadores para as sessões, deve ser um dos objectivos da pré-temporada (Windt et al., 2017). Parece, então, que a visão tradicional da pré-temporada como momento para encher os tanques de gasolina, vai cada vez mais, dando lugar a um período de preparação gradual onde o desportista se reencontra com a actividade, de forma progressiva e específica.

 

Referências

Gabbett T.J. Influence of training and match intensity on injuries in rugby league. J Sports Sci 2004;22:409–17.

Owen, A.L., Forsyth, J.J., Wong, D.P., Dellal, A., Connelly, S., y Chamari, K. (2015). Heart rate’ based training intensity and its impact on injury incidence amongst elite level professional soccer players. J Strength Cond Res 29(6):1705-12.

Windt, J., Gabbett, T.J., Ferris, D., Khan, K.M. (2017). Training load–injury paradox: is greater preseason participation associated with lower in-season injury risk in elite rugby league players? Br J Sports Med, 51(8):645-650.

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