O controle sobre a fadiga neuromuscular em atletas é de tamanha importância ao planejar sessões de treinamentos e incluso campeonatos em geral. Podemos saber se um atleta está próximo dos seus níveis de fadiga em uma sessão de treinamento planejada ou se está com altos índices de fatiga e enfrenta dificuldades para completar uma sessão ou então participar de competições. Isso pode ser de extrema importância.
Existem diferentes metodologias para avaliação da fadiga em atletas que vão desde questionários até verificações fisiológicos como frequência cardíaca ou a variação dela e o índice de lactato. Além disso, outra opção para determinar a fadiga é analisar as alterações no próprio desempenho físico. Por exemplo, durante um treinamento que requer o emprego de foça com a mesma carga demonstrar diminuição acentuada na velocidade de execução, deixando sinais claros de fadiga. Podemos citar também em outros treinamentos como os de sprint, neste caso a fadiga reflete na redução da velocidade de corrida. O problema com muitas destas metodologias é justamente a complexidade técnica, pois é difícil dispor de um codificador linear ou outros sistemas para a verificação da velocidade de execução durante os treinamentos que requerem força. Entretanto, durante os últimos anos encontramos evidências que de um exercício muito simples como o salto na vertical pode ser um instrumento válido para avaliar os índices de fadiga neuromuscular dos membros inferiores.
Salto como indicador de fadiga durante os treinamentos que requerem força
Há quase dez anos, os pesquisadores Gonzáles Badillo e Sánchez Medina demonstram que a redução da potência do salto vertical pode ser empregada como indicador de fadiga durante uma sessão de treinamento que requer força, pois esta variação está diretamente relacionada com a perda de velocidade nas séries que necessitam de força (r=0,92).1 Os autores também observaram que a medida diminui a capacidade de salto durante as sessões que requerem força, pois aumenta o estres metabólico e a concentração de lactato e amônia em sangue, existindo uma alta correlação entre a perda de desempenho no salto e os índices de lactado em sangue (r=0,97).
Salto como indicador de fadiga durante os treinamentos com o uso de sprint
Estudos recentes demonstram que existem confirmações sobre a função da capacidade do salto como indicador de fadiga mecânica e metabólica. Um estudo liderado novamente pelo Dr. Gonzáles Badillo, verificou que o grupo analisado realizou maiores quantidades de sprints de 40 metros até que a velocidade entrasse em queda após 4 minutos entre os sprints e seguiu caindo para 3%. Os autores avaliaram a capacidade de salto e o estres metabólico (lactato e amônia) em cada um dos períodos de repouso entre os sprints.2Os resultados demonstraram que a perda de 3% na velocidade dos sprints está diretamente associada a perda da capacidade de salto em 14%. Além disso, tanto a quantidade máxima de sprints que foram realizadas por cada um dos pacientes como a perda da capacidade de salto estão correlacionadas com o acúmulo de estres metabólico, existindo relação extremamente evidente entre a altura do salto e os índices de lactato (r=0,96) (Figura 1).

Conclusões e aplicações práticas
Portanto, existem evidências sobre uma alta correlação entre a capacidade de salto e a perda dos índices de estres metabólico, por exemplo, lactato e desempenho. Por isso que é importante a verificação da capacidade do salto, pois pode ser uma forma simples e prática de avaliar a fadiga em atletas, o que nos permite, por exemplo, determinar o umbral (10-15% de perda no salto). A partir destas informações podemos finalizar os exercícios realizados ou aumentar o período de descanso, sem a necessidade de realizar outras verificações como os níveis de lactato. Para isso, e como já comentamos em outros artigos, existem diferentes App com essa finalidade e adicionamos os link para que possam ver, por exemplo, MyJump, desenvolvido pelo Dr. Balsalobre, que permite uma avaliação da altura do salto ao usar somente a câmera do celular e que foram validadas se comparadas com ferramentas mais complexas e caras como as plataformas de força.3
Pedro L. Valenzuela
REFERÊNCIAS
- Sánchez-Medina L, González-Badillo JJ. Velocity loss as an indicator of neuromuscular fatigue during resistance training. Med Sci Sport Exerc. 2011;43(9):1725-1734. doi:10.1249/MSS.0b013e318213f880
- Jiménez-Reyes P, Pareja-Blanco F, Cuadrado-Peñafiel V, Morcillo JA, Párraga JA, González-Badillo JJ. Mechanical, Metabolic and Perceptual Response during Sprint Training. Int J Sports Med. 2016;37(10):807-812.
- Balsalobre-Fernández C, Glaister M, Lockey RA. The validity and reliability of an iPhone app for measuring vertical jump performance. J Sports Sci. 2015;33(15):1574-1579. doi:10.1080/02640414.2014.996184
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