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December 4, 2020

Eventos

Sports Tomorrow – Dia 4

“Os torcedores no estádio não procuram nada além do conforto digital que já possuem em suas vidas diárias”

Enrique Martín, Smart Project manager no FC Barcelona, moderou uma palestra sobre como serão os estádios do futuro com Eduardo Martínez, da INDRA; Javier Lorente, da Telefónica; Miquel Gummà, CEO da Foot Analytics; e Fernando Cucchietti, do Barcelona Supercomputing Center.

Devemos aprender com a experiência da cidade inteligente e aplicá-la aos estádios, explicou Martínez. Tudo o que já se sabe sobre as novas cidades pode ser perfeitamente adaptado para os estádios de futebol. Tanto o cidadão como o espectador de um estádio exigem o mesmo, que os serviços digitais que já dispõem no seu dia a dia e que os fazem aproveitar ao máximo a sua visita.

A chave da inovação está na coordenação do estádio com os elementos da cidade onde estão, tendo como objetivo a eficácia de sua gestão e controle do que acontece dentro dele por meio de imagens, sensores e análises de dados para manejar os fluxos de pessoas. O estádio do amanhã precisa de acesso inteligente, estacionamento, iluminação, sonorização e gestão de resíduos, além de um sistema de pagamento exclusivo e serviços Premium.

Para Lorente, o mais importante é começar a pensar de forma omnicanal. Ou seja, deve-se levar em conta que o cidadão atualmente é uma presença dupla. Está no meio físico e no digital, online. Os espaços físicos devem ter a mesma importância que os virtuais. As demais estratégias devem ser voltadas para o aumento da eficiência, basicamente reduzindo custos, melhorando a experiência dos espectadores e, por último, mas não menos importante, somando conhecimento. Cada uso de dados que é feito e registrado gera mais dados que continuam melhorando o gerenciamento.

Somente assim podemos estar sempre preparados para inovar rapidamente sempre que as circunstâncias exigirem. Por exemplo, a mudança causada pela chegada da pandemia. Já não é possível lotar um estádio e isso exige repensar o que o clube pode oferecer aos torcedores, tanto os que vão ao estádio quanto os que ficam em casa. Algo semelhante pode acontecer se a tão anunciada revolução da Realidade Virtual ocorrer e os clubes tiverem que adaptar sua oferta de serviços e transmissões a novas plataformas.

Uma tecnologia fundamental para controlar o fluxo de torcedores em um estádio é o tracking via wi-fi. Miquel Gummà apresentou sua empresa como uma startup que fornece soluções para a gestão de um espaço físico com estatísticas e análise de dados. Sabe-se que 70% dos usuários de celulares têm wi-fi ativado e isso pode controlar tanto o uso do transporte público quanto a ocupação de um estádio.

Finalmente, Fernando Cucchietti falou da supercomputação para a gestão de instalações esportivas. Em um projeto em desenvolvimento com o FC Barcelona, está sendo construído um gêmeo digital do Camp Nou. Todas as informações geradas pelos torcedores durante sua experiência no estádio estão sendo inseridas nesta ferramenta. Com a coleta de vários meses, os algoritmos distinguem diferentes perfis de torcedores e, dependendo do time que visita o estádio, bem como das características do clima ou da expectativa do jogo, poder prever o comportamento de milhares de pessoas. O objetivo é ter informações claras e inequívocas sobre o que farão os torcedores antes e depois do jogo. Algo que possa ser utilizado para garantir sua segurança e melhorar sua experiência, e garantir uma melhor sua visita às áreas comerciais.

“A melhor inovação é a colaboração entre empresas de diferentes setores, como o Barça com um centro de supercomputação”

Francesco Millo, do projeto IoTwins, falou com Imanol Eguskiza, responsável de inovação do Barça Innovation Hub, sobre o programa que o FC Barcelona está desenvolvendo com o centro de supercomputação da cidade e conta com financiamento da União Europeia.

Millo disse que passou um ano visitando polos e centros de inovação ao redor do mundo para aferir o ritmo da transformação digital e percebeu que para inovar é fundamental a colaboração entre empresas de diferentes setores. Encontros para compartilhar suas necessidades e habilidades e desenvolver soluções que sejam úteis para todos.

Nesse caso, o supercomputador de Barcelona está construindo um gêmeo digital do Camp Nou. O programa deve ser alimentado com todos os dados possíveis que são gerados em um jogo de futebol. Um acompanhamento de torcedores pelo tracking via wi-fi, seu movimento por sensores, as publicações feitas nas redes sociais etc. Tudo isso serve para chegar a um algoritmo que permita prever seu comportamento.

A essência do projeto é poder realizar testes digitais de ferramentas e desenvolvimentos tecnológicos. Algo que, se fosse realizado fisicamente, Millo explicou, levaria anos para ser feito, mas com gêmeos digitais, cloud computing e gerenciamento de dados, é uma questão de minutos.

O projeto atual levará três anos para ser concluído. O Barça, por sua vez, finalizará os detalhes da gestão de fluxos de seu estádio inteligente, mas a ferramenta desenvolvida deve ser exportada para outros estádios e outros tipos de locais, por exemplo, centros comerciais em todo o continente.

“O objetivo da Federação Alemã é identificar os dados que indicam se um jogador com menos de 16 anos será profissional ou não”

Pascal Bauer explicou as atividades desenvolvidas em matéria de ciência de dados da DFB Akademie, instituição de pesquisa e inovação da Federação Alemã de Futebol. Entre seus objetivos está centralizar todas as informações obtidas dos jogadores alemães a partir dos 12 anos para fazer pesquisas e facilitar o scouting das equipes nacionais.

A pesquisa mais interessante que eles estão realizando, revelou Bauer, é tentar descobrir o que determina se um jovem jogador deve ou não passar de amador a profissional. Desde 2004, estão registrando dados sobre a capacidade de 5% dos jogadores mais talentosos entre 12 e 16 anos. Trata-se de testes físicos – sprint, agilidade, controle de bola – que são realizados duas vezes por ano. Com as informações obtidas, estão comparando as características que diferenciam cada geração. Os 50 scouters da seleção têm à disposição um banco de dados que é alimentado com 30.000 jogos anuais para detectar talentos também nas divisões intermediárias e de base das competições.

Paralelamente, para prestar um serviço aos técnicos, estão sendo homologados todos os dados arquivados para que, mesmo que mude a tecnologia utilizada de obter o tracking, sejam mantidos os mesmos padrões de informação. O seu objetivo é um tratamento de dados que dê respostas a longo prazo e que seja muito acessível. Trabalha-se para que qualquer pessoa possa consultar os bancos de dados com facilidade. Se necessário, adaptando-os às suas necessidades.

Um exemplo, neste aspecto, tem sido a marcação defensiva e as recuperações após desarmes. São os dados que mais interessam aos técnicos alemães. Para satisfazê-los, trabalham em um sistema de detecção automática deste tipo de jogada nas partidas. Parte-se do princípio de que, se não houver recuperação cinco segundos após o desarme, é uma marcação com falha e é analisado o que acontece nos próximos vinte segundos. Assim, é possível contabilizar não só a eficácia, mas também os riscos que correm as equipes ao fazê-la. Com este sistema é possível evitar que os analistas percam três horas tratando os vídeos e podem dedicá-las a estudá-los, otimizaram a sua função.

Para os jogadores da seleção nacional, existe uma aplicação que coleta os seus dados em diversos parâmetros para que todos o staff da seleção possa estudá-los. Desde nutricionistas até psicólogos, de analistas ao médico. Também levam em consideração o tracking nos clubes para que, quando um jogador chega à seleção, seu treinamento físico seja personalizado.

A análise de dados é uma ciência em fase inicial de desenvolvimento, Bauer considera que para o seu progresso é fundamental que seja trabalhada a partir de equipes multidisciplinares. Devemos reduzir a distância entre cientistas de dados e especialistas em futebol, afirmou. É muito difícil encontrar alguém que saiba de informática, matemática e futebol ao mesmo tempo.

“Com os dados históricos de rastreamento de um jogador, seu plano de treinamento pode ser antecipado”

John Newell e Andrew Simpkin, da Universidade da Irlanda; e Kenny McMillan, da Aspire Academy, em Doha; apresentaram um sistema de previsão de cargas de treinamento baseado nos registros históricos de tracking por GPS. Trata-se de um sistema que permite que o treinamento de longo prazo seja planejado e personalizado para cada atleta. Uma ferramenta útil para qualquer modalidade esportiva.

McMillan explicou que para otimizar e maximizar o rendimento no treinamento, minimizando o risco de lesões, nada pode ter mais benefícios do que prever a carga que vão considerar para os exercícios que forem abordados. Uma previsão instantânea da carga fisiológica permite planejar as sessões de longo prazo desde o início da temporada.

Na ferramenta que eles mostraram era possível inserir o tipo de exercícios que serão realizados em cada sessão e sua duração. Esses parâmetros antecipam automaticamente a carga ou fadiga que cada jogador experimentará. Também é possível detectar nas funções personalizadas quais os jogadores que terão mais facilidade em fazer exercício em relação a outros ou quais já os memorizaram devido à repetição ao longo da temporada.

Este sistema, que permite planejar uma temporada inteira com antecedência, foi feito através da introdução de dados históricos de medição de GPS, como distâncias percorridas, sprints etc. Em exercícios classificados por suas características, sejam técnicas, táticas, com ou sem bola ou de recuperação. Na comparação dos dados da pesquisa, a correlação entre a carga real e a prevista pela ferramenta resultou em coeficientes entre 0,79 e 0,97, portanto, a confiabilidade e eficácia desse tipo de programa pode ser muito alta.

 

“Na seleção, precisamos de jogadores que possam se abstrair da pressão do adversário”

Isaac Guerrero, vice-diretor da Área de Metodologia do FC Barcelona, entrevistou o coordenador das categorias de base da seleção espanhola, Francis Hernández. A seleção espanhola tem um sistema de jogo muito bem definido e que se manteve inalterado desde o grande sucesso da equipe há uma década.

Hernández explicou que a Espanha tenta jogar com todo o time no campo adversário, cuidando da posse e tentando desta forma gerar oportunidades. Para este modelo, são necessários jogadores que possam se abstrair da pressão do adversário. Uma coisa é pressão e outra é se sentir pressionado, ressaltou.

A partir daí, tenta-se que em todas as categorias da seleção existam comportamentos repetidos dentro deste modelo, o que não exclui a criatividade dos jogadores. Enquanto prevalece a ideia coletiva, ressalta que são as qualidades individuais dos jogadores que fazem o jogo evoluir. No caso da Espanha, trata-se de uma seleção que com seu modelo já está treinando a criatividade diariamente. Para Hernández, na Espanha o que importa é o componente coletivo, independentemente do que cada jogador possa dar individualmente.

Ao mesmo tempo, fazer com que a equipe jogue de acordo com as ideias é uma tarefa que exige imaginação. “O que é realmente criativo no futebol é dar forma a uma ideia no campo”, explicou. Com este objetivo e devido ao pouco tempo de que as seleções dispõem para treinar, Hernández é a favor de analisar apenas os vídeos dos próprios erros e dar apenas algumas pinceladas sobre o jogo do adversário. Em sua opinião, sobrecarregar o jogador com informações é mais negativo do que positivo.

Ele disse que o discurso verbal é essencial no trabalho de um coordenador. Ele mesmo tenta transmitir com muita clareza o que deseja desenvolver. Para que o jogador acredite na ideia, a mensagem precisa chegar bem clara a ele. Desta forma, é alcançada a felicidade no futebol, afirmou, que não é outra senão aquela que ocorre quando se repetem comportamentos de sucesso tanto no ataque como na defesa.

Como reduzir a brecha entre a ciência e a prática para a recuperação do atleta

Nesta jornada de capacitação, a Dra. Anne Hecksteden, pesquisadora da Universidade de Saarland, falou sobre o gerenciamento individualizado da recuperação do atleta. Como Hecksteden apontou, este é um dos objetivos prioritários durante a preparação do atleta, uma vez que, com uma estratégia correta de recuperação, altas cargas de trabalho podem ser abordadas, reduzindo o risco de os jogadores acumularem fadiga.

Atentando ao processo que os profissionais devem seguir, a pesquisadora diferencia duas partes nesta gestão da recuperação: a primeira é o acompanhamento das necessidades individuais do atleta, e a segunda são as próprias intervenções que permitirão uma melhor recuperação da capacidade de treinamento. Ou seja, quais ferramentas podem ser usadas e são eficazes dependendo do estado específico do jogador.

Para fazer isso, Hecksteden explicou que “durante o processo de monitoramento, devemos conhecer o status do jogador de uma forma muito detalhada. Na medida do possível, devemos ser capazes de captar as flutuações no estado fisiológico e psicológico ao longo da temporada”. Ela mostrou uma ferramenta online que seu grupo desenvolveu em conjunto com o Instituto Alemão de Esportes que, ao contrário das folhas de cálculo tradicionais, detalha o estado de espírito, a qualidade do sono ou a carga de trabalho percebida dos jogadores em tempo real. Os jogadores, diretamente do WhatsApp, clicam em um link e preenchem diversas variáveis que oferecem ao treinador um mapa atual do estado físico e psicológico de cada um para tomar decisões sobre o cronograma de treinamentos. Como enfatizou, é inútil ter esses dados alguns dias depois.

Um aspecto relevante que Hecksteden apontou é a variabilidade existente nos parâmetros de fadiga e rendimento. Por exemplo, um estudo da seleção alemã de futebol mostrou que os valores da ureia ou da creatina quinase variam mais de 40% entre os jogadores. Por este motivo, insiste que devem ser estabelecidos limites individuais a fim de tomar decisões que possam ter um impacto real no rendimento e na recuperação do jogador. Para que esses intervalos de referência individuais sejam o mais precisos possível, a pesquisadora insistiu que fossem feitas medições repetidas de cada indivíduo para reduzir o erro.

A importância do músculo na recuperação da tendinopatia

Henning Langberg, fisioterapeuta e professor da Faculdade de Saúde e Ciências Médicas da Universidade de Copenhague, fez uma apresentação onde explicou que a melhor prevenção da tendinopatia é saber reconhecer “pequenos” sintomas e controlar a carga de treinamento. Embora a teoria pareça fácil, Langberg apontou que o principal problema na prática é “encontrar os primeiros sintomas da tendinopatia”.

No diagnóstico, segundo o pesquisador, a tendinopatia apresenta três características principais: i) dor ao realizar uma atividade; ii) dor localizada no tendão; iii) inchaço. Se sua estrutura for comparada à de pessoas saudáveis, os tendões com tendinopatia apresentam maior tamanho e maior vascularização em comparação com os saudáveis. Por esse motivo, a patologia é caracterizada por uma homeostase alterada do tecido com acúmulo de líquido na área.

Langberg enfatizou a importância do tecido muscular no controle da tendinopatia, visto que o déficit mecânico durante a lesão pode ser compensado com uma alteração motora que modula a atividade da musculatura que circunda o tendão, o que se reflete em menos atividade muscular quando o tecido está dolorido. Durante a reabilitação, Langberg tem insistido na necessidade de aplicar velocidades e forças que imitem as exigências da disciplina esportiva, já que durante a reabilitação as cargas costumam ser muito menores do que as executadas posteriormente pelos atletas.

Na segunda apresentação, o Dr. Lorenzo Masci, consultor de medicina do esporte, falou sobre o processo educativo na reabilitação, segundo ele “a parte mais importante do tratamento inicial da tendinopatia. Precisamos educar tanto o atleta quanto a comissão técnica sobre a tendinopatia, as cargas que prejudicam o tendão e sobre o uso de ferramentas de monitoramento da dor para orientar o atleta durante todo o processo de reabilitação”. Ele sugeriu que os médicos devem evitar a terapia com injeções, especialmente durante a fase inicial do tratamento.

O Dr. Javier Yanguas, integrante do corpo médico do FC Barcelona, fez uma exposição explicando qual é a estratégia do clube para que os jogadores possam jogar pelo menos dois jogos por semana. Os quatro pilares em que se baseia sua metodologia são o controle preciso e periódico da carga e da dor, exercícios isométricos e excêntricos em cada sessão, o tratamento com plasma rico em plaquetas, principalmente quando a dor é moderada-severa e a desorganização dos tecidos é relevante e, por último, terapia por ondas de choque.

Como melhorar o diagnóstico e o tratamento da tendinopatia no esporte

Nesta nova jornada de fisioterapia, contamos com o Dr. Dylan Morrisey, fisioterapeuta e pesquisador da Queen Mary (University of London); e o Dr. Jeremy Loenekke, pesquisador da University of Mississippi.

Em sua apresentação, o Dr. Morrisey coloca o foco na tendinopatia patelar, explicando os possíveis fatores de risco e mostrando diversas estratégias para diferenciá-la de outros problemas do joelho. Dr. Morrisey disse que algo tão comum quanto a análise biomecânica da aterrissagem do salto pode não nos permitir identificar consistentemente os pacientes em risco de tendinopatia. Embora isso possa refletir uma ausência de associação entre as variáveis biomecânicas e o risco de tendinopatia, é possível que a ausência de relações consistentes se deva em grande parte à alta diversidade entre os indivíduos. Dr. Morrisey apresenta, com base nas evidências de outros grupos de pesquisa e dados recentemente obtidos por seu próprio grupo, com as variáveis demográficas, clínicas e esportivas que diferenciam os jogadores com tendinopatia patelar daqueles com outras condições no joelho. Por exemplo, ambas as condições apresentam resultados semelhantes em questionários específicos de tendinopatia patelar, como o VISA-P, mas os pacientes com tendinopatia patelar tendem a apresentar uma maior prevalência de dor lombar e maior dor focada nos polos superiores ou inferiores do joelho (em vez de dor difusa na rótula). A tendinopatia patelar é mais comum em esportes de pista que incluem vários saltos, e os jogadores com essa condição tendem a ter uma carga de treinamento maior do que aqueles com outras doenças no joelho. Por último, o Dr. Morrisey apresenta alguns exemplos práticos de como discernir a tendinopatia patelar de outras dores de joelho por meio de exercícios e manobras.

Por sua vez, o Dr. Loenekke fala sobre o potencial da restrição do fluxo sanguíneo na reabilitação de lesões. Essa técnica, que consiste em limitar o fluxo venoso sem limitar completamente o fluxo arterial, é capaz de atenuar a atrofia muscular e a perda de força em situações de imobilização. Sua combinação com exercícios de baixa intensidade maximiza os ganhos de massa muscular e força, sendo os benefícios na massa muscular (embora não na força) semelhantes aos obtidos com o treinamento com altas cargas sem restrição de fluxo sanguíneo. Dr. Loenekke apresenta as evidências existentes sobre os efeitos da restrição de fluxo sanguíneo no tendão. Embora os estudos sejam escassos e com resultados controversos, evidências recentes sugerem que, assim como a restrição do fluxo sanguíneo maximiza os ganhos de massa muscular, também pode aumentar o crescimento do tendão quando combinada com exercícios de baixa intensidade (o que normalmente não causa esse tipo de adaptação do tendão).

 

A importância da microbiota oral e das dietas baixas em FODMAP para a saúde e o rendimento.

Nesta terceira jornada de nutrição contamos com o Dr. Raúl Bescós, pesquisador da Universidade de Plymouth; e o Dr. Ricardo Costa, pesquisador da Monash University.

Em sua apresentação, o Dr. Bescós coloca o foco na microbioma da cavidade oral, que, apesar de ser menos popular do que a cavidade intestinal, também exerce grande influência na saúde – por exemplo, modulando o microbioma intestinal -. Especificamente, o Dr. Bescós se concentra na capacidade das bactérias orais de reduzir o nitrato a nitrito. A capacidade de reduzir nitrato a nitrito no nível oral tem sido relacionada a um melhor rendimento esportivo, e fatores como o exercício, a dieta ou a higiene oral poderiam alterar essa capacidade. As dietas de ingestão de baixas quantidades de carboidratos e altas em gorduras mostraram reduzir a presença de bactérias capazes de reduzir o nitrato a nitrito, enquanto a suplementação com suco de beterraba exerce o efeito contrário. Por outro lado, enxaguantes bucais com antibacterianos (como a Clorexidina) demonstraram a redução da presença dessas bactérias, o que parece piorar a capacidade de metabolizar o lactato e manter a homeostase do organismo, bem como a resposta cardiovascular ao exercício.

O Dr. Costa fala sobre os efeitos das dietas baixas ou altas em FODMAP (alimentos ricos em oligo, di e monossacarídeos e polióis fermentáveis) nos sintomas gastrointestinais. A apresentação começa explicando os efeitos do exercício em nível gastrointestinal, tanto na via circulatória-intestinal com redução do fluxo sanguíneo com a consequente isquemia e posterior inflamação. Como visto na via neuroendócrino-intestinal com aumento dos hormônios do estresse e redução dos processos digestivos e de absorção de nutrientes. Dr. Costa apresenta diversos fatores que podem agravar os sintomas gastrointestinais, desde fatores extrínsecos, como a carga de exercício (intensidade, duração ou modalidade) ou a temperatura externa, até fatores intrínsecos como o sexo, o microbioma intestinal ou a dieta). Além disso, o Dr. Costa nos mostra como as dietas baixas em FODMAP podem atenuar a má absorção de carboidratos durante o exercício e reduzir a gravidade dos sintomas gastrointestinais durante o exercício em comparação com as dietas ricas em FODMAP. Finalmente, é discutido como, embora as dietas ricas em FODMAP possam estar associadas a uma maior gravidade dos sintomas gastrointestinais durante o exercício, essas dietas podem proteger em maior grau a integridade do epitélio do intestino.

 

 

 

 

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