November 5, 2018
Rendimento
Análise e Tecnologia Desportiva
INFLUÊNCIA DA ANALÍTICA NO SCOUT, SEGUNDO AS FASES DO PROJETO NA NBA E A SUA APLICABILIDADE NAS EQUIPAS DA CHAMPIONS
Na NBA, a tipologia de um projeto define as suas circunstâncias e os seus recursos para enfrentar o seu desafio. Em termos estruturais, podem distinguir-se três fases, até se evoluir e alcançar o ponto de maior poder competitivo.
Seguem-se as principais condicionantes diferenciais de uma competição como a Champions (tabela 1):
Estas condicionantes fazem com que uma equipa aspirante à UEFA Champions League tenha de manter um nível máximo de competitividade sustentado. Esta necessidade de competir ao nível máximo obriga a manter sempre um ponto culminante e a conciliá-lo, como veremos mais adiante, com a incorporação e a formação de funções em fase de criação e consolidação, capazes de evoluir e ir substituindo as peças mais TOP.
Não obstante, há um dado curioso: Tendo como ponto de referência o período que vai desde a temporada de 97-98, até à temporada de 2017-2018, o número de diferentes equipas que acederam a semifinais (Finais de Conferência no caso da NBA), à final e que foram campeãs é praticamente simétrico: 25 equipas diferentes acederam a semifinais na UEFA Champions League vs. 26 na NBA / 16 equipas diferentes jogaram na final em ambas as competições e 9 equipas diferentes foram campeãs em ambas as competições.
Estas são as três fases:
1) Etapa de criação/acumulação
NBA: a fase inicial de projeto fundamenta-se na aglutinação de recursos de impacto a médio e longo prazo, que, posteriormente, permitirão um desenvolvimento orgânico da estrutura. O objetivo é, portanto, a captação de talento a desenvolver, com uma alta capacidade de desenvolvimento em dois enfoques: em termos físicos (tamanho: altura, envergadura, alcance; mobilidade, explosividade) e em termos de técnica individual (passe, salto, lance).
Scout em termos brutos > Adaptação à estrutura coletiva
O enfoque coletivo adapta-se ao desenvolvimento de tais perfis. Para isso, a utilização de sistemas rápidos, que obriguem a um elevado índice de tomada de decisões e leituras de ação/reação, fortalecerá o perfil a médio prazo. A exigência individual sobrepõe-se à coletiva, na primeira fase. É um período de aprendizagem e crescimento.
Maximizar o potencial individual > Resultado a curto prazo
Contexto da UEFA Champions League: esta etapa dá-se com frequência nas filiais ou equipas cedidas: tratando-se de uma fase incipiente de talento, a análise orienta-se para a deteção dos pontos fortes próprios de cada jogador e para a respetiva extrapolação ao estilo de cada equipa; ou seja, permite medir o impacto coletivo e, através da analítica, monitorizar a evolução em termos dos objetivos fixados. Sempre com flexibilidade suficiente para detetar oportunidades individuais, à medida que se vai avançando no processo. Cada evolução competitiva supõe um desafio coletivo que implica um processo de adaptação individual.
2) Etapa de consolidação
NBA: Alcança-se no segundo ponto quando os perfis, embora ainda em desenvolvimento, já alcançaram autonomia suficiente para terem um comportamento competitivo estável. É nesta fase que se começa a construir a estrutura coletiva que cimentará o êxito futuro. Isto significa que se dá início a uma hierarquização do esquema, de acordo com as funções e segundo diferentes desenhos de vanguarda que maximizem (agora sim) o potencial coletivo.
Identidade estrutural > enfoque individual
É aqui que surge também a analítica como fator primário de otimização. O processo de acumulação, seleção e análise de dados (coletivos e individuais) contribui para a construção de um desenho de equipa.
Ataque:
- Espaço, esquinas e lances de três pontos.
- Definição de funções: gerador, gerador secundário, executor, etc.
- Análise e exploração de situações: transição, peso de 2×2 e 3×3.
Defesa:
- Versatilidade diferencial (perfis capazes de conter dentro-fora)
- Otimização segundo analítica: aro e t3. Concessão do midrange
- Estruturas e variantes segundo os recursos
UEFA Champions League: Relativamente ao jogador, considera-se que esta etapa é o momento em que ele já pode participar na primeira equipa: dependendo de cada caso, podem atribuir-se funções mais limitadas mas não menos importantes: Com a exigência do calendário, ganha cada vez mais peso a figura dos jogadores de rotação, com versatilidade suficiente para poderem ter atuações de alto nível em diferentes posições, quando um jogador mais habitual estiver a descansar ou indisponível. Há outros casos em que o jogador em fase de consolidação no seio do coletivo tem um teto alto e se insere numa planificação em que vai ganhando protagonismo. Para monitorizar esta parte no mundo do futebol contamos com:
Habilidades baseadas no eventing:
- Passe: monitorização das diferentes categorias de passe
- Ataque: Modo definição e modo associação
- Defesa: Predisposição, concentração e agressividade
- Guarda-redes: Saída de bola, bolas altas, índice de defesas em função da exigência
- Desempenho individual e adaptação às diferentes situações de jogo: Transições, open play, contras, bola parada. Fase de ataque e fase de defesa
- Métricas coletivas
Habilidades baseadas no tracking posicional:
- Conceitos de amplitude e mecanismos táticos
- Gestão dos espaços / timing de um ponto de vista coletivo
- Sincronização da pressão em fase defensiva
Qualitativo: contributos qualitativos para enriquecer a análise dos dados objetivos derivantes do eventing e do tracking. Esta parte permite categorizar as habilidades e as métricas em função do estilo e dos objetivos de jogo de cada equipa
3) Etapa de aperfeiçoamento e ponto culminante
NBA: Não existe um prazo determinado para passar da segunda à terceira fase, porque o desenvolvimento orgânico, especialmente das funções de maior influência, pode acelerar ou abrandar esse avanço. A fase final define-se pelo interesse prioritário: competir a curto prazo. As finalidades centram-se na máxima atenção ao pormenor coletivo.
Incremento do aspeto tático > desenvolvimento individual
A analítica alcança aqui o seu nível máximo de influência, atuando em termos individuais (pautas, rotinas e rendimentos) para, depois, atuar em termos coletivos (formatos, compatibilidade, variabilidade de sistemas). Com a hierarquia ainda mais definida, constrói-se a estrutura mais potente para permitir que as suas funções alcancem o seu nível máximo.
Aqui, é a estrutura que deve projetar o talento. Não o contrário. E é a inversão desse conceito que marca o ponto culminante e final do ciclo competitivo.
UEFA Champions League: Nesta parte, uma vez construída, a já descrita rotina analítica evolui, e essa evolução permite-nos gerar novas métricas de aperfeiçoamento do modelo. Podem estabelecer-se diferentes objetivos que o meçam e que prolonguem ao máximo o ponto culminante, com a supracitada rotação.
- Análise de rotação e variabilidade de sistemas
- Índices de versatilidade dos jogadores: funções e posições principais e alternativas; adaptação à envolvente tática
- Sincronização entre jogadores: Medir com o objetivo de potenciar a coordenação entre diferentes jogadores na mesma função e o impacto no coletivo
- Definição de indicadores que validem o modelo e que permitam uma evolução criteriosa e pautada
Conclusão
Implicações práticas:
- Permite aumentar o alcance da monitorização de jogadores e o tempo de análise (todo)
- Combina de forma equilibrada o scout de impressões visuais e o analítico, mediante a utilização da tecnologia mais avançada para realizar análises quantitativas
- Habilita a possibilidade de monitorizar e medir padrões táticos individuais e coletivos
- Permite sincronizar métricas próprias qualitativas com métricas objetivas, o que implica o consequente enriquecimento da análise
- Dispor de uma informação rigorosa, categorizada e acessível ajuda a tomar melhores decisões
Andrés Monje e Alfredo Ruiz Brichs
Andrés Monje. Jornalista especializado em NBA, Basket Analytics e Estatística. Twitter
Alfredo Ruiz Brichs. Consultor em Data & Business Intelligence e Sports Analytics. LinkedIn
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