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September 18, 2020

Marketing, Comunicação e Gestão
Fan engagement
Fan Engagement e Big Data

O ano de 2020 será um ano de grandes desafios e mudanças no nosso estilo de vida, trabalho e jogo

Com o fato de que a pandemia nos afeta em todos os países, estamos obrigados a adotar diferentes formas para trabalhar e para viver. E no mundo do esporte isto não tem sido diferente.

O lado negativo disso é que os torcedores sofrem com as restrições e não podem assistir aos jogos dentro dos estádios. Os atletas são testados regularmente para detectar a presença do vírus e, com tantos jogos cancelados durante o isolamento, a mídia em geral não tive nenhum jogo ou evento esportivo para transmitir, o que gerou um grande golpe financeiro com repercussão mundial sobre os detentores dos direitos de transmissão.

Ainda não sabemos quando existirá uma vacina, mas estou muito confiante de que o esporte passará por uma temporada “start-stop” daqui para a frente, com muitas restrições impostas por especialistas em saúde em relação aos eventos ao vivo e se deverão acontecer ou não assim como as restrições aplicadas aos torcedores.

Entretanto, com tantos aspectos negativos, será que a pandemia nos traz algo positivo? Bem, minha opinião pessoal aponta para um sim. E o que seria?

 

1. “Uma retribuição à comunidade”: durante a pandemia, o esporte tem contribuído, colaborado e apoiado às comunidades locais. Por exemplo, o Liverpool Football Club tem fornecido 1000 refeições semanalmente à sua comunidade local como parte do trabalho de soluções para a recuperação da COVID-19 no clube.

2. “Sobre ficar mais tempo com a família”: o período de quarentena permitiu que atletas, gestores esportivos, técnicos e árbitros tirassem “férias” com suas famílias. A família é muito importante. Trabalhar na indústria esportiva (seja dentro ou fora do campo) demanda disponibilidade de tempo.

3. “Aceleração dos processos digitais”: este ponto me leva à parte principal deste artigo. A aceleração dos processos digitais. Com a pandemia surgiram uma enorme quantidade de inovações, as quais nos levaram a uma mudança no comportamento e o uso de tecnologias digitais agora comum entre torcedores, clubes, ligas, federações esportivas e atletas.

 

Há diversos exemplos sobre a aceleração dos processos digitais na indústria esportiva, e, na sequência apresento os meus favoritos:

  • Conteúdo direcionado aos atletas: durante o isolamento por consequência do coronavírus, muitos atletas recorreram às suas redes sociais para interagir com torcedores. Esta atitude, ao mesmo tempo, transformou atletas renomados em verdadeiros influenciadores digitais. Por exemplo, a entrevista de Stephen Curry com o Dr. Anthony Fauci foi manchete em todo o mundo esportivo e a live atraiu 50.000 pessoas ao vivo na Instagram!
  • O surgimento do Live streaming: a mudança nos hábitos de consumo durante o isolamento é responsável por diferentes e importantes mudanças nas atitudes doas pessoas ao assistirem esportes no formato digital. Um estudo recente da produtora de Live streaming Grabyo revelou que 59% dos torcedores esportivos no Reino Unido estão preparados para assistir esportes através de uma plataforma de Live streaming.

Além disso, a pandemia acelerou a necessidade de fidelizar torcedores de um modo mais interativo com o auxílio das tecnologias digitais. A tecnologia da Intel True View é um exemplo disso, pois oferece aos clubes, como o Arsenal FC, uma experiência de visualização única que vai além da transmissão ao vivo comum. Os torcedores podem acompanhar os jogos do seu time em qualquer ângulo ou posição do campo.

  • Organizações esportivas como criadoras de conteúdo: Isso, na prática, já vinha acontecendo nos últimos anos; entretanto o isolamento fomentou a necessidade dos clubes em oferecer aos torcedores mais informações tanto dos clubes como dos seus atletas. O uso de imagens de arquivo e conteúdos gerados por atletas e torcedores aliviou, em partes, a saudade dos jogos ao vivo e agora se tornou parte integrante dos conteúdos produzidos pelas equipes de marketing esportivo. Um exemplo disso é a FIFA, que disponibilizou seu arquivo da Copa do Mundo aos torcedores que estão isolados em suas casas devido à pandemia em consequência da COVID-19.
  • IA (Inteligência artificial): a IA passou a ser uma verdadeira inovação para a grande maioria dos clubes, além das ligas e das federações, durante a pandemia. Por exemplo, o L. A. Clippers desenvolveu soluções para levar os torcedores de maneira virtual aos seus jogos ao vivo através de seus aplicativos móveis. Isso graças à parceria com o provedor Second Spectrum, pois eles usaram inteligência artificial e aprendizagem automatizada para visualizar dados através de sobreposições gráficas em telas.
  • Dados e conhecimentos: diversos clubes esportivos, ligas e federações estão adotando informações e conhecimentos sobre dados. Esta ação tem auxiliado as organizações esportivas na oferta de maiores conhecimentos e na eficácia no momento de grandes decisões em todos os aspectos sejam eles em negócios dentro ou fora de campo. Além disso, os clubes estão buscando unificar a visão do cliente, que, não só os ajudará a impulsionar suas receitas como também melhorarão seus serviços de atendimento ao cliente. Juntamente com dados e conhecimento, muitos clubes e elencos estão cada vez mais dispostos a oferecer um serviço personalizado aos seus torcedores, ou seja, fornecer conteúdo importante com base nas suas necessidades e desejos.
  • Esportes e jogos: durante a pandemia vimos diversos esportes darem um salto para o espaço esportivo.

Organizações esportivas como a NBA, NASCAR, FIFA, FIBA e outras aceitaram o desafio de organizar eventos e/ou torneios on-line durante o período de isolamento. Este desafio ajudou a criar novas relações e perspectivas a longo prazo com pessoas mais jovens e ambientadas com as novas tecnologias.

Em relação ao jogo em si, podemos ver um enorme crescimento no setor. Novos jogos estão surgindo e desviando a atenção dos torcedores quanto ao conteúdo esportivo tradicional.

Um exemplo disso, são os jogos on-line que dispararam durante o período de isolamento, onde cerca de 2,9 bilhões de pessoas (71% dos usuários de Internet, contra 63% em 2015) agora jogam jogos em seus smartphones (fonte: Newcoo, WARC Data Global Ads Trends, julho de 2020)

  • E-learning: durante o período de isolamento, também observamos o aumento considerável tanto na criação quanto no consumo dos cursos on-line. Como muitas universidades tiveram problemas para alterar seus conteúdos on-line, vários fornecedores, como o Barça Innovation Hub, vê um crescimento exponencial na quantidade de pessoas que participam dos cursos on-line. Por exemplo, o curso de marketing digital esportivo tem uma grande adesão de inscritos durante os últimos três meses.

Além dos cursos no formato EAD, muitas ligas e federações investiram em plataformas de software de comunicação entre si com o objetivo de elaborar cursos de qualificação para técnicos e desenvolver clubes on-line para seus membros.

O trabalho em campo também trouxe vantagens como o uso de tecnologias de realidade virtual para aprimorar técnicas de treinamento para os atletas. Por exemplo, a Rezzil, em Manchester, está utilizando a realidade virtual durante os treinamentos dos atletas e diversos clubes ingleses também adotaram essa realidade virtual.

  • Digitalização dos processos: a pandemia faz com que nossos gestores e dirigentes analisem seus processos internos e externos de uma maneira mais eficiente assim como economizam tempo ao utilizarem tecnologias digitais. Por exemplo, a Lawn Tennis Association (LTA) colabora com a Deloitte para a abertura do campeonato de tênis através da inovação digital. A colaboração alavancará a transformação digital com o objetivo geral de impulsionar o tênis na Grã-Bretanha.
  • Teletrabalho: durante o período de isolamento, muitos colaboradores passaram a trabalhar em regime home office, utilizando ferramentas digitais como MS Teams, Zoom, iCloud, CRM etc., o que gerou grandes transformações no comportamento e na cultura. Hoje em dia é mais comum participar de uma videoconferência do que viajar um ou dois dias para uma reunião; o que gera uma enorme economia de tempo e dinheiro para a organização esportiva.

 

Considerações finais

No que se refere à “aceleração dos processos digitais” são inúmeros os exemplos dentro da indústria esportiva, além dos já mencionamos. Porém, estas são as áreas principais que mais me chamaram a atenção durante o isolamento.

A partir de uma ótica digital, clubes, ligas e federações esportivas deveriam:

  1. Manter os compromissos e interagir com a comunidade ao utilizarem plataformas digitais e de maneira presencial.
  2. Aprimorar esse compromisso com seus clientes, seja on-line ou off-line, de forma a satisfazê-los com excelência. Ser uma organização focada em seus torcedores.
  3. Fidelizar e encantar seus torcedores ao usar processos digitais e assim reduzir as taxas de evasão.
  4. Utilizar a eficácia dos processos digitais internamente (SVC , dados, personalização etc.).
  5. É importante saber que os processos digitais não estão relacionados só com a TI ou com marketing, mas sim é um papel de todos!

O futuro dos esportes ainda não está definido, pois a pandemia ameaça impactar nossos eventos e jogos não só em 2020, mas por mais algum tempo e como uma indústria devemos continuar a encantar não só nosso público, mas também toda a nossa comunidade abraçando as tecnologias digitais.

 

Geoff Wilson

 

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