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September 30, 2020

Marketing, Comunicação e Gestão
Fan Engagement e Big Data

Preencher o vazio dos jogos sem a presença de público

Para a temporada de 2020 e 2021, o futebol europeu estima perdas de 4 bilhões de euros, a NBA calcula 500 milhões de dólares, a NFL 1,3 milhões e a MLB em 200 milhões. Estes são números astronômicos e poderiam ser ainda piores, sendo que todos eles derivam da perda de receitas nas bilheterias. A ausência de público nas partidas significa um risco econômico sem precedentes, além de esconder outra ameaça que pode se transformar em perdas muito superiores, como é a ausência extremamente destacada e sentida por todos durante o espetáculo, que é a torcida. A ausência do público torcedor tornou as transmissões menos emocionantes além dos canais de TV pedirem para renegociar os seus direitos de transmissão e os patrocinadores em reduzir suas contribuições. Não importa em qual esporte colocamos na vitrine, a questão é que a frieza de um estádio vazio contagia de um campo de jogo às pistas onde acontecem as corridas de automobilísticas. Para atenuar estes problemas que surgiram em consequência da pandemia, foram utilizadas diversas fórmulas em todo o mundo, cuja eficácia já podemos analisar.

 

A torcida de papel da Bundesliga

 Os 4500 torcedores de papelão distribuídos pelas arquibancadas do estádio Borussia-Park atraíram a atenção da mídia, pois foi a primeira vez que se tentou lotar as arquibancadas com este tipo de simulação. O FC Dinamo Brest, com sede em Brest, fez algo parecido em Bielorrússia pouco tempo depois, colocando retratos reais de torcedores e substituiu os manequins que ocupavam os assentos. Porém, nenhuma destas duas fórmulas apresentou grandes resultados e, certamente, aqueles corpos sem vida e emoção eram perturbadores durante a transmissão. O que conseguiram foi reforçar o vínculo com seus torcedores mais apaixonados, que pagaram em ambos os casos uma pequena quantia para ter sua foto nas arquibancadas, com a promessa de que essas receitas seriam doadas na luta contra a COVID-19. Assim, todas estas ações de comunicação e marketing, não conseguiram, de maneira eficiente, nos aproximar do clima e da atmosfera gerada pela torcida dentro dos estádios.

 

Os torcedores virtuais da FOX Sport

Nos EUA, as experiências que tiveram mais sucesso aconteceram durante o verão. A FOX lotou as arquibancadas com torcedores virtuais, criados a partir da tecnologia de realidade aumentada (RA). Moldado em 3D variedades morfológicas de ambos os sexos e com diversidades étnico-raciais e culturais, até que sejam criados grupos que reajam como uma unidade. Em cada jogo estes modelos virtuais podem ser vestidos com as cores e as camisetas dos torcedores das equipes que se enfrentarão no jogo. Juntamente com seus movimentos, a FOX incluiu efeitos sonoros com arquivos que foram gravados, em outros momentos, dentro de estádios. Escutamos vaias e gritos de ânimo, conforme a jogada. Até o momento, estas fórmulas estão sendo empregadas na Liga de beisebol, MLB, de forma experimental, embora Brad Zager, produtor executivo da FOX Sports, garante que tem interesse em expandir estes testes para os demais esportes, com o objetivo de que as transmissões se pareçam mais normais.

Som artificial da torcida em um jogo do Red Socks. (MLB)

Mas o entusiasmo da gestão da rede não é nem de longe o dos torcedores da MLB, que em geral consideram o resultado bem fraco. A razão é que a imagem da maioria das câmeras ainda mostra arquibancadas vazias e só em determinados ângulos é que a torcida virtual pode ser vista. Por hora, a FOX não explicou se expandira a sua RA a todas as câmeras quando levar esta experiência para outros esportes.

 

Torcedores em videoconferência na NBA

Esta é sem dúvida uma das tentativas mais interessantes, realizada na bolha da Disney onde a NBA celebra este ano seu campeonato. Escolheram lotar as arquibancadas com torcedores reais, que se conectam em suas casas e ainda mais, suas reações são transmitidas em telas gigantescas em um determinado lugar no estádio. Toda esta tecnologia permite o uso de recursos que são muito comuns ultimamente, o de dar zoom em um determinado torcedor, e ao ser visto na tela, reage com gestos e vibra ao vivo. Isso também se transformou em algo inédito acompanhado e inovador, pois mesmo quando o torcedor não está sentado em frente à sua câmera de vídeo, é o seu bichinho de estimação que entra em cena tornando-se parte desta torcida. Também traz algumas surpresas como a aparição de ex-jogadores famosos que “assistem” os jogos ou até mesmo familiares dos membros da equipe, que estão há muito tempo sem poder vê-los devido às restrições da bolha vibram ao verem fazendo o que mais gostam.

Esta fórmula também trouxe outra contribuição interessante, que é o protagonismo destes torcedores conectados às arquibancadas, aumentando de forma significativa as publicações nas redes sociais. Os torcedores tendem a compartilhar mais suas experiências presente em um jogo, isto porque seus rostos aparecem em telas de grandes dimensões o que os torna mais visíveis. E ao compartilharem esta presença, transformam a bolha da NBA em uma tendência nas redes sociais.

Contudo, a nossa forma de reagir não é a mesma quando estamos em casa, sozinhos ou com a família se compararmos quando imersos nos estados como torcedores do nosso time no estádio o que se torna um problema. Os torcedores virtuais da NBA transmitem uma certa sensação incomum, porque não reagem juntos perante as jogadas sendo que alguns se mostram até reservados. Uma forma normal de agir, se pensarmos nas nossas próprias reações quando assistimos ao jogo através de uma tela. A NBA admite que o efeito positivo gerado é limitado, e que naturalmente só o fez para tornar a transmissão sem audiência menos fria e vazia. Mas ao mesmo tempo garante que é mais um elemento a acrescentar aos já existentes como sons, telas, ângulos de câmeras, bichinhos de estimação etc. e que o seu projeto é torná-los maiores e que sejam mais presentes enquanto a epidemia durar.

Aparição de Saquille O’Neall nas arquibancadas

 

Com todas as nuances, críticas e melhorias que possam ser implementadas em relação a estes sistemas, a realidade é que, enquanto a pandemia continuar, teremos que escolher entre isso ou nada para recriar um ambiente acolhedor para os estádios. Este aspecto do esporte, ao qual se prestava menor atenção, passará a ser o protagonista das novas estratégias para sustentar economicamente os campeonatos. Será fundamental para os profissionais que se encarregam da gestão dessas soluções “smart facilities”, o que obrigará não só a inovar, mas adquirir novas competências profissionais.

 

 

Martín Sacristán

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