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August 4, 2020

Gestão de Lesões
Saúde e Bem-Estar

QUAIS ATIVIDADES FÍSICAS SERIAM IDEAIS PARA A PREVENÇÃO DE LESÕES MUSCULARES EM ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO?

As lesões musculares são uma das principais preocupações no mundo do futebol. Estas lesões ocorrem aproximadamente de 4,6 vezes a casa 1000 horas de atividade, sendo bem mais comuns do que aquelas causadas por pancadas, fraturas ou lesões articulares (López-Valenciano et al., 2019). As lesões musculares trazem consequências negativas tanto para o desempenho como para a situação financeira da equipe, uma vez que os atletas que as sofrem ficam em média duas semanas afastados de suas atividades (Ekstrand, Hägglund, & Waldén, 2011). Por isso, o desenvolvimento de estratégias preventivas das lesões musculares é fundamental.

Nas equipes profissionais existem objetivos para implantar programas de prevenção fundamentados em evidências, ou seja, unindo descobertas da literatura científica juntamente com conhecimentos adquiridos com as experiências dos próprios profissionais. No entanto, atualmente, dentre as estratégias existentes, a “melhor evidência” ainda é desconhecida, o que dependeria não só dos resultados obtidos (benéficos ou não) e ainda da descoberta de diversas pesquisas científicas, mas também do possível riscos de pré-disposição (ou seja, da qualidade metodológica) dessas pesquisas. Por isso, um grupo de profissionais de grande importância, tanto no campo da pesquisa como no futebol profissional, entre eles Maurizio Franchini (preparador físico do A.S. Roma), Ricard Pruna (médico chefe do FC Barcelona) e Gregory Dupont (preparador físico do Real Madrid CF), avaliaram todas as evidências existentes até o momento com relação aos programas de prevenção de lesões musculares em atletas profissionais do futebol, que fossem de alto rendimento e também maiores de 16 anos (Fanchini et al., 2020).

Após uma busca incansável, os autores descobriram 15 pesquisas que correspondiam com os critérios estabelecidos, incluindo tanto edições sistemáticas (considerando o nível 1 de evidência) quanto pesquisas conduzidas aleatorizadas e não aleatorizadas (níveis 2 e 3 de evidência, respectivamente). As edições sistemáticas, que reúnem as evidências de inúmeras pesquisas, demonstraram resultados contraditórios, uma vez que, enquanto algumas apoiavam as atividades não convencionais ou programas que incluíam atividades de equilíbrio, estabilização e flexibilidade, outras edições concluíram que não há evidências suficientes para apoiar tais estratégias. O mesmo aconteceu com as pesquisas de nível 2 (pesquisas conduzidas aleatorizadas), existindo 3 pesquisas que apoiavam as atividades não convencionais e 2 que não apoiavam. Ao contrário, todas as pesquisas de menor evidência apoiaram os benefícios de inúmeras estratégias para prevenir as lesões. Mas não só houve polêmica quanto à eficácia das interferências para reduzir as lesões, como também foram incluídas uma grande quantidade de pesquisas que demonstraram um alto risco de uma pré-disposição. De fato, as duas edições sistemáticas que foram consideradas como “tendências de baixo risco” concluíram que, nenhuma atividade física tanto as mais comuns quanto as não convencionais, assim como as de equilíbrio e as não convencionais dos isquiotibiais em específico, apresentaram evidências suficientes para apoiar a sua eficácia, enquanto que a maioria das pesquisas que apoiaram os benefícios de inúmeras atividades apresentaram uma “tendência de alto risco”.

Diante destes resultados, Ricard Pruna comenta que “em virtude das poucas evidências científicas de todos os métodos utilizados, isto atesta que a melhor estratégia seria um protocolo individualizado para todos os atletas. Este protocolo variará de acordo com o atleta, o momento em que a temporada acontece, que tipo de lesão ele sofreu no passado etc., sendo que também variará ao longo do tempo, dependendo sempre das variáveis que vieram a afetá-lo”.

De acordo com comentários dos autores, os atletas profissionais do esporte devem se basear principalmente nas edições sistemáticas e em pesquisas conduzidas aleatorizadas para guiar suas decisões, mas não devem atender apenas às suas descobertas, mas sim à sua qualidade metodológica e as tendências possíveis de riscos.

Além disso, apenas 5 pesquisas conduzidas e aleatorizadas foram incluídas nessa edição, o que reflete a necessidade de mais pesquisas desta categoria em atletas do futebol que sejam de alto rendimento. Pesquisar estes atletas de alto rendimento é uma difícil tarefa, em virtude da grande quantidade de recursos (tempo, dinheiro, adaptação à dinâmica do clube), imprescindíveis para isso.

Por isso, os autores chegaram à conclusão de que, a falta de evidências de alto rendimento e o consenso entre especialistas podem ser a melhor opção para conduzi-las em meio às estratégias mais efetivas, unindo assim tanto a experiência prática quanto a científica.

 

 

BIHUB team

 

Referências

Ekstrand, J., Hägglund, M., & Waldén, M. (2011). Epidemiology of muscle injuries in professional football (soccer). American Journal of Sports Medicine, 39(6), 1226–1232. https://doi.org/10.1177/0363546510395879

Fanchini, M., Steendahl, I. B., Impellizzeri, F. M., Pruna, R., Dupont, G., Coutts, A. J., … McCall, A. (2020). Exercise-Based Strategies to Prevent Muscle Injury in Elite Footballers: A Systematic Review and Best Evidence Synthesis. Sports Medicine, (0123456789). https://doi.org/10.1007/s40279-020-01282-z

López-Valenciano, A., Ruiz-Pérez, I., Garcia-Gómez, A., Vera-Garcia, F. J., De Ste Croix, M., Myer, G. D., & Ayala, F. (2019). Epidemiology of injuries in professional football: A systematic review and meta-analysis. British Journal of Sports Medicine, 1–9. https://doi.org/10.1136/bjsports-2018-099577

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