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November 12, 2018

Gestão de Lesões
Saúde e Bem-Estar
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O GRANDE DESCONHECIDO NAS LESÕES MUSCULARES: O TECIDO CONJUNTIVO DA MATRIZ EXTRACELULAR

Uma das grandes ameaças para os atletas de um plantel é o risco de sofrerem lesões musculares durante a temporada. Consequentemente, um dos maiores desafios que a Medicina Desportiva enfrenta é o de melhorar o seu processo de prevenção, diagnóstico e recuperação.

Seria muito importante criar uma classificação objetiva e globalmente aceite para determinar o prognóstico de uma lesão muscular. Há dois anos que o FC Barcelona propôs, juntamente com o Duke Sports Science Institute dos Estados Unidos e o hospital Aspetar do Qatar, o modelo que atualmente aplica no clubepublicado na revista Sports Medicine— e que visa apurar quatro pontos fundamentais: o mecanismo através do qual a lesão se produz, a localização da lesão, o grau de gravidade da lesão e se é uma lesão reincidente. Agora, um editorial publicado na revista The Orthopaedic Journal of Sports Medicine —em que participaram alguns membros dos serviços médicos do clube, os Drs. Ricard Pruna e Gil Rodas— propõe avançar mais um passo e considerar também a arquitetura íntima da zona afetada, ou seja, valorizar a matriz extracelular, como ator fundamental no prognóstico da lesão.

 

Uma análise minuciosa

O grupo muscular no seu todo conta, logicamente, com uma população de células ou fibras musculares que exercem a contração. Mas, além disso, também dispõe e necessita do tecido conjuntivo que faz parte integrante da matriz extracelular.  As fibras musculares estão em constante interação com a matriz, mais concretamente, com o endomísio, o perimísio e o epimísio, que envolvem as diferentes populações celulares e permitem a contração e o estiramento do músculo.

O que defendemos —assegura Gil Rodas, médico especialista no F.C. Barcelona— é que a importância da lesão não depende tanto do lugar em si, se é mais proximal ou distal, mas mais do tipo de tecido afetado, da quantidade de tecido conjuntivo danificado”.

Indiretamente, a classificação proposta pelo clube já incluía este conceito, englobado na localização e no grau da lesão, sobretudo, na medida em que já se apurava se as aponeuroses (as membranas mais externas que envolvem os músculos) ou os tendões intramusculares eram ou não afetados. Agora, porém, pretende-se avançar mais um passo e passar a analisar minuciosamente a matriz extracelular.

As lesões mais graves (que também são as mais frequentes) produzem-se na zona de confluência entre o músculo e o tendão, onde existem duas estruturas diferentes: a união músculo-tendinosa propriamente dita e a chamada unidade miofascial, com uma quantidade de matriz consideravelmente menor,  que se lhe segue e se cruza com ela. Nesse sentido, o prognóstico das lesões irá diferir segundo a estrutura afetada. “Com a ecografia, só as podemos diferenciar, mas com a ressonância magnética já conseguimos chegar a esse grau de pormenor”, afirma Rodas.

Em termos gerais, as lesões musculares tendem a ser divididas em miotendinosas, miofasciais e intramusculares. No entanto, é muito importante definir se a zona afetada é a parte “tendinosa”, o que poderíamos chamar de lesões intratendinosas, tanto da própria aponeurose como do tendão.

Estes tipos de lesões tendem a coexistir, tal como constatamos, numa lesão que ocorre muito frequentemente no futebol e que afeta o tendão central do músculo reto anterior, juntamente com a miotendinosa proximal .

Em geral, quanto maior for a área do tecido conjuntivo afetado na lesão muscular, pior será o prognóstico. Ao contrário, quanto menor for o dano “tendinoso”, menor será também a quantidade de matriz afetada e, portanto, melhor será o prognóstico. As lesões miofasciais são um bom exemplo disso.

O Dr. Ricard Pruna salienta, então, que é preciso distinguir bem cada tipo de lesão. Duas lesões no mesmo músculo, seja a nível proximal, medial ou distal, que, à primeira vista, pareçam iguais e, portanto, sejam alvo de tratamentos semelhantes, podem evoluir de forma muito diferente, consoante tenham afetado a matriz extracelular. E daí a necessidade de gerir e tratar devidamente cada uma, de acordo com a sua especificidade, pois o tempo de recuperação pode divergir em várias semanas. O F.C. Barcelona é um dos primeiros clubes a implementar esta abordagem”, afirmam Pruna e Rodas, sublinhando que “um bom diagnóstico é o principal fator que condiciona o prognóstico”.

 

 

A equipa do Barça Innovation Hub

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