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April 25, 2019

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RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E LESÕES MUSCULARES: UMA ANÁLISE DAS CLASSIFICAÇÕES DISPONÍVEIS

As lesões musculares representam mais de 30% das lesões esportivas. Tanto é assim que uma equipe de futebol profissional pode esperar sofrer uma média de 15 percalços deste tipo por temporada, perdendo, assim, mais de 200 dias úteis de treinamento e competição. Além de trabalhar na prevenção, é fundamental estabelecer um diagnóstico correto que consiga minimizar suas repercussões. Este diagnóstico permite determinar a gravidade e o tipo de tratamento mais conveniente, bem como orientar sobre o período de baixa e o risco de reincidência.

Uma ferramenta muito útil no processo são os diagnósticos por imagem, tanto a ultrassonografia quanto a mais precisa e resolutiva ressonância magnética. Em função desta última, foram propostas nos últimos anos três classificações diferentes: a classificação de Munich, o sistema britânico e a mais recente classificação do F.C.Barcelona-Aspetar. Todas elas procuram categorizar e delimitar os diferentes tipos e graus de lesão, ajudando, assim, a estabelecer o diagnóstico e o pronóstico. Contudo, os critérios usados são diferentes, o que leva a discrepâncias entre elas. Além disso, ainda não existem evidências claras sobre sua validez e utilidade.

Para tentar avaliar melhor estas classificações, uma equipe de médicos e radiologistas colaboradores do F.C. Barcelona analisou sua utilidade na hora de avaliar o pronóstico e o tempo de baixa dos jogadores lesionados no time titular de futebol do clube durante um ano. Publicam seus resultados e conclusões na revista healthmanagement.org.

 

Uma análise das classificações

Durante a temporada 2017/18 ocorreram oito lesões musculares no time titular do clube. Com todos eles foi realizado um exame de ressonância magnética nas primeiras 24/48 horas após a lesão e, passado um tempo variável, todos voltaram à competição sem apresentar recaídas. “O estudo consistiu na avaliação da capacidade de cada uma das três classificações na hora de prever o tempo de baixa”, explica Jaime Isern, radiologista colaborador do Hospital Clinic de Barcelona e dos serviços médicos do clube. Existem diversas diferenças entre elas, mas “a classificação F.C. Barcelona-Aspetar é a mais recente e a mais completa, já que incorpora conceitos como o mecanismo da lesão e sua localização, mesmo que avaliando os casos disponíveis, sobrestima o tempo de baixa em algumas ocasiões”, resume Isern.

“É a classificação que estamos usando no dia-a-dia”, comenta Sandra Mechó, radiologista dos serviços médicos do clube e do Hospital de Barcelona. “Dentre suas vantagens está a simplicidade da categorização, que permite avaliar a localização e que inclui se há um prejuízo significativo no tecido conectivo”, completa.

Entretanto, e apesar de suas virtudes, oferece ainda certa variabilidade com respeito ao tempo de baixa e não prevê exatamente a volta à competição. Neste momento, ela baseia-se na avaliação clínica e em testes de campo a partir de análises com GPS. Para melhorar sua utilidade, os autores propõem incorporar variações na classificação. Estas seriam as principais:

  • Considerar de forma mais detalhada a quantidade de tecido conectivo afetado, já que os últimos estudos apontam sua grande importância na recuperação. Para isso, propõem considerar se há prejuízo no tendão livre, no tendão intramuscular ou no tecido conectivo intramuscular, bem como avaliar sua espessura.
  • Estabelecer critérios individualizados para cada grupo muscular (a classificação do Barcelona foi estabelecida basicamente a partir de lesões nos isquiotibiais e no reto femoral).
  • Avaliar se há uma cicatriz anterior na zona (não só se se trata de uma reincidência recente, como acontece nestes momentos).
  • Considerar a direção da ruptura.
  • Deixar de considerar o edema e a acumulação de líquido intermuscular como fatores importantes, já que eles não preveem em nenhum caso a evolução.

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Conclusões

As classificações que definem a gravidade e o pronóstico das lesões musculares com base nas imagens de ressonância magnética estão ajudando os profissionais a orientar o tipo de tratamento e a estimar o tempo de baixa. Porém, a complexidade dos tecidos e as peculiaridades de cada músculo fazem com que não sejam infalíveis e, por enquanto, não são suficientes para detalhar os prazos com absoluta confiabilidade.

Das três classificações disponíveis, a mais completa e útil parece ser a do F.C. Barcelona-Aspetar, mas as pesquisas continuam. “Neste momento estamos realizando uma análise das lesões musculares diagnosticadas e tratadas no clube durante as três últimas temporadas. Queremos comprovar que os parâmetros e as variações sugeridas representam uma verdadeira melhora”, conclui Mechó.

 

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